terça-feira, 11 de maio de 2004

Ronin

A pior parte de amar a tudo e a todos é acabar não amando ninguém em especial
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A tempestade que se armava sobre minha cabeça e parecia iminente e inevitável está se mostrando um mero chuvisco. Consegui estudar a tempo para as duas provas que tinha que fazer e a terceira que eu deveria receber na segunda e entregar pronta na quarta acabou sendo adiada.
Agora que as coisas retornam ao normal e o céu se encontra azul e sol brilha alto,pequenas nuvens que antes compunham o cenário retornam às suas posições. Tratam-se de preocupações existenciais intangíveis e, de certa forma, menores, mas que se fazem constantes e costumam enterter minha mente por um bom tempo. Ultimamente, dentre essas nuvens, aquela que mais teima em tapar-me o sol é a minha situação como um Ronin amoroso.
No Japão antigo eram chamados de ronin os samurais desempregados: aqueles que ainda não tinham um daimyo para servir ou quando o senhor dos mesmos morria ou era destituído do cargo. No meu caso talvez a comparação se faça melhor com a de um trovador Medieval Ocidental sem uma "senhora". O fato é que já há algum tempo tenho me dedicado a amar a todos os que me rodeiam, atuando de maneira promover a felicidade e a satisfação deles e, consequentemente, a minha. Porém essa atividade, apesar de engrandecedora, acaba se mostrando desgastante quando aqueles a quem você procura amar se mostram desconfiados e receosos de se deixar amar. É preciso um gande esforço para vencer barreiras desse gênero, esforço esse que acaba não sendo recompensado de maneria a encorajar novas tentativas. Me sinto como se servisse a diversos senhores, sem no entanto estes o saberem, e muitas vezes, quando sabendo, ignorando que busco apenas o bem para todos.
Que me perdõem os deuses, mas o desafio se faz grande por demais para ser enfrentado por mim sem que eu tenha algo (alguém) que me reestabeleça as forças e me incentive a seguir em frente. preciso de alguém que se deixe amar sem "resistências" e que me ame. Sinto que só assim terei forças para seguir em frente e fazer tudo o que tem que ser feito. Preciso de um daimyo que dê sentido aos meus "atos de guerra". Preciso de uma senhora que inspire minhas trovas...

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