terça-feira, 16 de novembro de 2004

"'ACE' todo dia fosse assim!" ( "O maior post de todos os tempos da última semana")

Esse feriado foi muito positivo para a minha saúde mental, apesar dos problemas decorrentes do processo eleitoral pro DCE que insistem não só em não se resolver, mas em também continuar aumentando em complexidade e número. Na sexta eu me encontrei com uns amigos para combinar as reuniões do Projeto “Homo sapidus” (um projeto de educação e de mundo que, há muito, habita minha mente e meu coração e que agora me considero pronto para dar início); também assisti ao filme “Fahrenheit 9/11” (um manifesto político contra o governo do Bush filho); e a noite, fui para a festa que organizamos (eu e as outras pessoas da chapa 4) para tentar arrecadar uma grana para pagar as dívidas de campanha. A festa não rendeu muita grana, mas foi muito divertida, tive chance de praticar um pouco de forró (acho que finalmente estou aprendendo,o básico é verdade, mas já é alguma coisa!!!) e de conversar sobre coisas que não as matérias da UnB ou as eleições. Os primeiros raios do sol já despontavam no horizonte acariciando as nuvens preguiçosas que nublavam o dia nascente, quando finalmente fui pra casa.

Recolhendo-me tão tarde (ou tão cedo do dia seguinte) só fui acordar ao meio dia, bem em tempo de ir para o churrasco de aniversário de uma amiga da chapa (a Carla). O caminho até lá foi meio desanimador (fui de ônibus e por isso tive que andar mais ou menos 1,5km), mas quando cheguei o desânimo se desfez, num lugar tão agradável como aquela casa e com uma comida tão boa quanto a que nos era servida, nenhum desânimo é capaz de permanecer.

A tarde foi bem longa e agradável, regada a refrigerante, carne, sorvete, bolo, conversa, cerveja e boa música, ora cantada por um dos convidados, ora proveniente do toca CD. Apesar de passar a maior parte do tempo conversando, tive alguns momentos de introspecção, dentre eles um em que, por instantes retornei a um momento muito agradável do meu passado.

Estava distraído, trocando uma idéia com meus botões, quando alguém começou a tocar “A seta e o alvo” do Paulinho Moska. Imediatamente fui transportado alguns anos no passado, levado de volta a uma sala, num pequeno apartamento, numa pequena cidade de Pernambuco. Lá estávamos de novo, eu e Ana, (espero que não te importes de citá-la nominalmente aqui, mas acho estranho chamar alguém de ex) deitados no chão num dia quente, ela com a cabeça sobre minha barriga, eu acariciando o seu cabelo. As poucas palavras ditas eram intercaladas com um longo silêncio gostoso e cúmplice de nosso momento. Pra mim, naquele momento, o mundo era aquilo, nossa vida aquele momento e da trilha sonora que ouvimos essa (“A seta e o alvo”) foi a música que mais me marcou. Cada detalhe do momento conspirava para uma sensação de plenitude, tranqüilidade e satisfação que em poucos outros momentos consegui vivenciar.

A cada acorde a cena se refazia diante de meus olhos e a lembrança de um momento tão feliz, se fez ainda mais feliz com os defeitos esmaecidos pelo esquecimento e as qualidades refinadas pela saudade. Tempos felizes aqueles, tempos nebulosos os de hoje.

Longe de mim cair no clichê e dizer: “Ah se pudesse viver isso de novo”. Não é a improbabilidade (porque a impossibilidade de qualquer coisa é bem improvável de existir) poder repetir essas momentos felizes que me faz cair na real, mas sim a certeza de que é preciso viver o agora, centrar-se na vida presente, estar realmente onde e quando o meu corpo se encontra, nunca em qualquer outro lugar no tempo e/ou no espaço. As lembranças são apenas isso: LEMBRANÇAS, pequenos pedaços de felicidade cristalizados em nossas mentes e corações para que, por mais que a vida se mostre dura e amarga, não percamos a certeza de que a doçura e a leveza também fazem parte da vida.

Será que é estar só a tanto tempo que me traz esses bons momentos de volta a mente? Será que é saudade? Ou é carência? Sinto-me em crise por não conseguir expressar bem meus sentimentos e desejos, mas até onde o problema é meu? E a partir de quando? É bom estar de volta a mim, aqui e agora, por maior que seja a confusão, me sinto de volta ao meu “velho, confuso, taciturno e questionador” eu. Pouco importa defeitos e complicações, o que importa é que volto a ser eu mais uma vez, não mais estou perdido, agora que posso novamente me perder em minhas idéias e me confundir com as minhas emoções.

Um abraço a todos,

Não deixem de viver os sonhos, nem de sonhar a vida.

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

De volta

Gostaria de começar o post de hoje de maneira populista, agradecendo a paciência de todos os que costumam me ler, a verdade é que sempre passo muito tempo sem escrever, mas também, com essa vida de estudante de ciências humanas que levo, lendo toneladas de textos toda semana, fazendo fichamento e ainda militando no movimento estudantil, ninguém merece!!! Gosto muito de tudo o que faço (ou não faria), mas não é por isso que essas coisas deixam de cansar.

Atualizando o papo, devo dizer que fui na acampar na chapada dos Veadeiros - GO no último feriado, descansei bastante depois das eleições do DCE (que eu perdi), curti umas cachoeiras muito legais, o contato com a natureza foi muito revigorante. Lá conheci pessoas muito legais, sempre gosto de ir a lugares assim pequenos pq lá parece que a maldade e a desconfiança não existem, as pessoas são amigáveis e ajudam umas as outras sem nada pedir em troca, muito legal!!

Nos últimos tempos passei por um distanciamento de mim mesmo, me ocupei tanto das coisas do dia a dia que acabei esquecendo dos meus próprios problemas, é como se saisse de férias e deixasse a porta aberta e qdo voltasse estivesse ocorrendo uma rave lá dentro. Ou melhor, não é assim tão crítico, seria mais como se uma ventania tivesse passado por lá. E o pior é que, encontrando a casas bagunçada, ainda não tive tempo de por as coisas em ordem. E o mais doido é que o meu interiror se reflete na minha casa (ou seria o contrário) que até hoje tá uma bagunça só por causa dos dias da eleição em que não tive tempo de arrumá-la.

Pra concluir, estou tentando encaminhar o projeto da minha vida, o "Homo sapidus", que se trata de um projeto de escola onde todos aprendem ao mesmo tempo (educadores e estudantes), as matérias são trabalhadas conjuntamente e o indivíduo aprenderá também a viver consigo e em comunidade. Espero que ele se encaminhe, estou bem empolgado e tenho alguns amigos nisso comigo, vamos ver no que é que dá.

" Se teus sonhos estão nas nuvens, estão no lugar certo. Só te falta construir os alicerces"
Não conheço o autor