terça-feira, 29 de novembro de 2005

NÃO PERCA: ENQUANTO A GORDA CANTA! TODAS AS QUARTAS-FEIRAS ÀS 16h

AMIG@S,

VENHO ATÉ VÓS NO DIA DE HOJE APENAS PARA INFORMAR O SEGUINTE:

AGORA TENHO, JUNTAMENTE COM UM AMIGO, UM PROGRAMA NUMA RÁDIO! (AEHUIAEHAEIU) ISSO MESMO! EU, COM ESTA MINHA "BELÍSSIMA" VOZ ROUCA TENHO UM PROGRAMA DE RÁDIO. FAÇAM O TESTE! TENHAM CORAGEM, OUÇAM:

ENQUANTO A GORDA CANTA!
QUARTA-FEIRA:16h

para ouvir, basta acrescentar a seguinte URL à lista de reprodução do seu tocador de mp3:
http://orelha.radiolivre.org:8000/ralacoco

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Vamos com calma...

Silêncio Absoluto. Abro os olhos. Escuridão. Estou envolvido num abraço suave e terno. Não a vejo. Tranquilidade. Sinto-me completamente acolhido, defeso de todas as ameaças do mundo, distante de tudo e todos. Ao buscar-lhe os lábios com os meus, tudo começa a se desfazer: texturas, tato, sentimentos, sensações. Tudo cessa... E enquanto sinto estas transformações ouço uma voz cândida e trêmula: "Vamos com calma, está bem?"...
Despertador toca. É hora de dar início a mais um dia. Um dia greve, como tem sido todos os outros nos últimos dois meses. Estágio, almoço, às vezes aula, às vezes casa. Pouca coisa pra fazer e muita coisa por fazer. Mas me pergunto, o que foi isso? Tudo parecia tão real! No fundo sei, ou imagino saber, quem estava ali comigo, mas por que isso? por que agora? e por que hoje? Simplesmente não sei, e acho melhor não devanear ou criar expectativas sobre isso, como ela mesmo disse: "Vamos com calma"...
Nos últimos tempos tenho aprendido a existir, simplesmente isso, quase como vegetar. Hoje foi diferente. Os servidores sairam da greve e o RU está reaberto. Reencontrei várias pessoas ao andar pela UnB entre o RU e a FA, entre o almoço e aula. Cada reencontro acendia um pouco mais a felicidade que eu sentia. Ainda à noite, quando saí, convidado às pressas pra assistir a um show no teatro nacional, encontrei mais uma amiga, uma que a muito não via. Hoje foi um dia feliz, felicidade simples e boba. Felicidade de criança. Felicidade dos sábios, dos que sabem valorizar as pequenas coisas da vida. A felicidade de alguém que, já há muito tempo, sabe muito bem que "é solitário andar por entre a gente".

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

"(s)words into plowshares"

Entre os dias 24 e 29 do mês passado (outubro) estive em Caxambu - MG para o Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais, havia pensado em escrever aqui diariamente os fatos lá transcorridos mas acabei por não fazê-lo, num misto de falta de tempo e disposição.

O fato é que trasncorreu-se pouca coisa digna de relato por lá. Os dias se resumiram a palestras de altíssimo nível (nos quesitos organização e conteúdo) e festinhas meia boca que serviram apenas pra aumentar a integração entre "as nove vidas do gato", como nós, o grupo de 9 estudantes de Relações Internacionais, nos autodenominamos.

O momento apoteótico dos meus dias em Caxambu acabou sendo em meio a uma palestra. Verdade seja dita, eu estava quase que completamente alheio ao tema sobre o qual versava a professora Cristina Yumie (IREL - UnB), mas tal estado de divagação somado ao que ela dizia naquele exato momento levaram-me a um momento de iluminação em que surgiram possíveis soluções para alguns de meus problemas mais inquietantes: sobre o que escrever em minhas monografias de métodos de pesquisa em Relações Internacionais e trabalho final de graduação; o que fazer quando formar e por que continuar neste curso.

Naquele momento a professora falava sobre pessoas que, com os contatos certos, haviam levado em frente um projeto importante de desenvolvimento sustentável na amazônia que hoje se mantem com bastante sucesso. Nessa minha eterna ânsia de fazer algo cujos benefícios fossem além da minha, mísera, vida, vi numa iniciativa deste tipo a minha oportunidade para conjugar esta ânsia, o desejo de retornar ao nordeste e a minha atração pelas organizações da sociedade civil. Percebi que poderia escrever minhas monografias sobre o tema do desenvolvimento sustentável no nordeste, coletando dados sobre os projetos já existentes, seus pontos fortes e fracos, seus parceiros e outros parceiros em potencial para projetos deste tipo, as dificuldades enfrentadas, e etc. Feito isso, quando eu me formar a idéia é transformar "words into plowshares" - "palavras em pás" - ou seja, fazer o que poucas vezes acontece com os trabalhos acadêmicos: aplicá-los à realidade no intuito de mudá-la para melhor.

"Words into plowshares" também serve para as promessas feitas de 2 em 2 anos pelos nossos políticos para o povo carente do sertão. "Não basta dar o peixe, tem que ensinar a pescar". Não basta realizar os projetos, é preciso sensibilizar aquelas pessoas sobre os seus direitos, sobre o poder da sua mobilização e do seu voto, ajudar-lhes a desenvolver plenamente a cidadania e, principalmente, auxiliar-lhes no caminho para a independência e para a sustentabilidade desta independência, ensinando às novas gerações todas as práticas e idéias para uma convivência sustentável com o clima árido da caatinga e para um exercício ativo da cidadania.

Objetivo ambicioso, eu sei. Mas agora que o castelo está construido nas nuvens, resta-me construir os firmes alicerçes que o sustentarão por toda a vida. Acredito que, quando falamos de nossas vidas e objetivos, a única forma de construir de forma sólida os nossos sonhos, é preciso começar do fim: definir o que desejamos, para depois buscar erigir os sustentáculos destas ambições. Para tanto, é chegado o momento de exercitar virtudes há muito por mim negligenciadas: perseverança e disciplina.

Até aqui tenho feito as coisas da maneira fácil - por mais que a muitos não pareça, é assim que vejo - me esquivado dos grandes desafios, existido pelo simples prazer de existir. Quantas vezes não estudei apenas o "necessário"? quantas vezes não rejeitei uma tarefa por conta do trabalho que daria? E, principalmente, quanto tempo eu perco e para quantos compromissos me atraso (ou mesmo não compareço) por não me organizar? O objetivo é ambicioso, a tarefa é árdua, e é justamente por isso que preciso disciplinar-me o suficiente para conseguir estabelecer e seguir metas e métodos, preciso também aprender a perseverar com todas as forças, para não desistir em face dos obstáculos que encontrarei pelo caminho.

É tempo de mudar, iniciar uma nova era em minha vida! E, para tanto, necessito treinar as habilidades que serão tão necessárias para realizar estas mudanças e os sonhos que elas objetiva.