quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Vamos com calma...

Silêncio Absoluto. Abro os olhos. Escuridão. Estou envolvido num abraço suave e terno. Não a vejo. Tranquilidade. Sinto-me completamente acolhido, defeso de todas as ameaças do mundo, distante de tudo e todos. Ao buscar-lhe os lábios com os meus, tudo começa a se desfazer: texturas, tato, sentimentos, sensações. Tudo cessa... E enquanto sinto estas transformações ouço uma voz cândida e trêmula: "Vamos com calma, está bem?"...
Despertador toca. É hora de dar início a mais um dia. Um dia greve, como tem sido todos os outros nos últimos dois meses. Estágio, almoço, às vezes aula, às vezes casa. Pouca coisa pra fazer e muita coisa por fazer. Mas me pergunto, o que foi isso? Tudo parecia tão real! No fundo sei, ou imagino saber, quem estava ali comigo, mas por que isso? por que agora? e por que hoje? Simplesmente não sei, e acho melhor não devanear ou criar expectativas sobre isso, como ela mesmo disse: "Vamos com calma"...
Nos últimos tempos tenho aprendido a existir, simplesmente isso, quase como vegetar. Hoje foi diferente. Os servidores sairam da greve e o RU está reaberto. Reencontrei várias pessoas ao andar pela UnB entre o RU e a FA, entre o almoço e aula. Cada reencontro acendia um pouco mais a felicidade que eu sentia. Ainda à noite, quando saí, convidado às pressas pra assistir a um show no teatro nacional, encontrei mais uma amiga, uma que a muito não via. Hoje foi um dia feliz, felicidade simples e boba. Felicidade de criança. Felicidade dos sábios, dos que sabem valorizar as pequenas coisas da vida. A felicidade de alguém que, já há muito tempo, sabe muito bem que "é solitário andar por entre a gente".

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