quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Dias Cinzentos: Greves, desânimo, solidão e... desapego!

Faz tempo demais que não escrevo aqui para querer fazer uma atualização de tudo o que aconteceu nos últimos tempos. A verdade é que estou cada vez mais me tornando um mestre na arte de parecer ocupado enquanto na verdade tenho quase nada a fazer, isto é o que mais tenho aprendido aqui no estágio.

Para não entrar de sola nas atualidades vou retomar rapidamente as coisas que aconteceram desde os últimos posts. Minha mãe me visitou nas férias. Foi muito legal tê-la aqui mas, infelizmente não tivemos tanto tempo juntos quanto gostaríamos. Apesar de ainda gostarmos um do outro o namoro com a Maria Elisa terminou, é uma estória longa e complicada que prefiro não detalher, o importante é que não ficaram mágoas (e nem motivos para elas), e espero que possamos seguir amigos enquanto nos for permitido viver. O CA (Centro Acadêmico) até agora não "virou", ou seja, não conseguimos implementar nenhum dos projetos que tínhamos, as razões: incapacidade de nos planejar e a GREVE na UnB. Estou tentando me empenhar mais no esforço de perder a timidez, cheguei até mesmo a puxar assunto com uma estranha na fila da "ópera". Retrospectiva feita sigamos ao que interessa...

Incerteza. Sem dúvida essa é a melhor palavra para definir a minha vida nas últimas duas semanas, com o indicativo, e posterior deflagração, da GREVE na UnB tudo ficou incerto: férias, quais as aulas que vão parar e quais não vão, haverá aula hoje? O Que fazer se tiver que ficar aqui por causa de uma ou outra disciplina? Será que devo procurar um emprego? Todas essas questões afloram em minha mente no momento em que acordo e me fazem companhia ao longo de todo o dia, removendo qualquer resquício de inspiração que estivesse perdida em minha alma. Já não estava muito certo do que fazer, e agora que a única alternativa sólida se esvai no ar não tenho idéia do que fazer para otimizar meu tempo, para construir experiências validas que alicercem o meu futuro como cidadão e profissional.

Solidão: S.f. 1. "Situação ou sensação de quem vive isolado numa comunidade." (Aurélio); 2. Arte de conseguir sentir-se abandonado mesmo em meio a lugares lotados; 3. Companheira dos inadaptados. Não importa aonde eu esteja nem como eu me sinta (feliz ou triste), no fundo me sinto só, vazio. Falta-me algo que o que é não sei, mas muito gostaria de saber. A única pista quanto a isso é o fato de que há muito ouço um "chamado da estrada", um convite sedutor para largar toda a monotonia, por uns tempos, e me dedicar a conhecer melhor os mundos a minha volta e dentro de mim. Espero em breve poder ter a primeira experiência desse tipo.

O Mais engraçado dessa estória é que, por mais que tivesse motivos, não estou realmente triste, nem feliz, tenho encarado a vida com desapego e amor, vivido cada momento, executado cada tarefa, como se não houvesse nada mais, nem antes nem depois. É uma sensação sublime, mas que ao mesmo tempo amplia ainda mais a sensação de "distância do próximo". Assim que tiver alguma pista sobre o que é isso ou porque estou assim, escrevo; por enquanto fico por aqui...